O meu conto de fadas !

“Acordei, e ainda dois metros, te vi ali parada me olhando, com um olhar tão triste e ao mesmo tempo tão sincero, que me fez pensar no que teria acontecido. E você veio correndo e me abraçou, um abraço tão forte como eu nunca poderei esquecer. Em meio aquele abraço, passou um filme da nossa vida diante dos meus olhos, eu revivi tudo em um segundo, e não me arrependi de nada. Comecei a chorar, senti um medo enorme de te perder, senti um calafrio, e te vi chorar. O choro mais triste, porém um choro de amor, um choro sincero, e você sentiu o mesmo medo de me perder. Eu não queria nunca mais deixar você. Mais o dia já estava raiando e você precisava ir. Entrou no quarto, pegou a mochila, guardou suas roupas e se despediu de mim com um longo beijo, como se você se fosse pra sempre. Me troquei e fui pra escola. Entrei despercebida, ninguém me viu, ninguém me notou. Sentei na cadeira, me debrucei sobre a mesa e chorei, chorei tanto, chorei de soluçar, e aquele medo tomou conta de mim outra vez, o medo de te perder. Me sentia invisível durante esse dia, todos a minha volta davam risada e não viam meu sofrimento, na verdade eu acho que eles não conseguiam me ver. Não fiz nada, não prestei atenção nas aulas, não falei com ninguém, na verdade nem vi ninguém. Voltei pra casa como o vento, sem ser visto, e tão rápido que nem eu percebi o tempo passar. Era hora do almoço, mais eu estava sem fome, dei a comida para o cachorro, e me deitei. Não consegui dormir nenhum minuto, não conseguia esquecer seus olhos tristes daquela manhã. Me levantei e andei sem direção, sem pra onde ir, sem nenhum propósito para aquilo. Quando já escurecia, voltei pra casa para te esperar. E para a minha surpresa, você já estava lá, com um sorriso lindo de orelha à orelha, bem diferente daquela manhã. Eu corri e te abracei. Disse à você que estava cansada de viver escondido, que eu tinha certeza que o que eu sentia por você era o amor maior do mundo, e antes que eu terminasse de falar, você me beijou. Foi tudo tão lindo. Você dizendo que não se importava mais com os outros, e que nada mais nos impediria de ser feliz.”